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Mais de 3 em cada 4 companhias de capital aberto vinculam indicadores sustentáveis à remuneração da liderança, revelando uma tendência global que une sustentabilidade e gestão corporativa.

Sustentabilidade no centro da remuneração executiva

Segundo um estudo da KPMG, 78% das empresas de capital aberto já incorporam metas de sustentabilidade — como mudanças climáticas e diversidade — aos bônus e participação nos lucros dos executivos. A pesquisa abrangeu 375 companhias em 15 países, evidenciando que 88% das que adotam esse modelo alinham essas metas a temas ESG (ambientais, sociais e governança).

Entre as empresas que adotam critérios sustentáveis, 37% aplicam-nos para bônus de curto e longo prazo, 23% apenas no longo prazo e 40% somente no curto prazo. “Se a empresa não atinge as metas, como reduzir emissões ou aumentar diversidade, a remuneração variável dos executivos é reduzida”, explica Nelmara Arbex, líder de ESG da KPMG nas Américas.

Critérios claros e mensuráveis garantem resultados

Para que essas metas sejam efetivas, as empresas estabelecem indicadores quantitativos e qualitativos, avaliados regularmente nos relatórios de sustentabilidade. “Tudo que tem meta e forma de medir pode ser atrelado à remuneração variável”, afirma Arbex. O impacto é sentido por todos os membros do comitê executivo, independentemente da área.

Brasil na vanguarda da remuneração ESG

Embora o Brasil não tenha sido incluído na pesquisa, grandes empresas brasileiras já incorporam essas práticas. A Natura foi pioneira ao vincular bônus a metas ambientais e sociais e hoje inclui esses critérios em sua estratégia de longo prazo.

Outras companhias como Klabin, Volkswagen, Ambev, Grupo Boticário e Vivo também alinham remuneração executiva a indicadores ESG, que abrangem redução de emissões, uso sustentável de recursos, diversidade e economia circular.

ESG: um imperativo estratégico para o futuro

A pressão dos investidores para práticas ESG continua crescendo, fundamentada na mitigação de riscos — como mudanças climáticas e desafios na atração de talentos — e na identificação de oportunidades para inovação e crescimento sustentável.

Segundo Arbex, “as empresas que incorporam transformações sociais e ambientais em seus negócios estão mais bem posicionadas para gerar receitas, conquistar mercados e atrair investidores comprometidos com valor de longo prazo”.