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Apple defende criatividade humana como remédio à era dos algoritmos no Cannes Lions 2025

Tor Myhren apresenta campanhas da Apple e reforça: conexões emocionais ainda dependem das pessoas — não das máquinas

Criatividade humana vs. inteligência artificial

Durante a abertura do Cannes Lions 2025, um dos principais festivais de criatividade do mundo, a Apple surpreendeu ao defender uma visão ousada: mesmo em tempos de inteligência artificial generativa, a criatividade humana ainda é o diferencial mais poderoso para marcas que desejam criar conexões genuínas com seu público.

Quem trouxe essa visão foi Tor Myhren, Vice-Presidente de Marketing e Comunicações da Apple, reconhecido como Creative Marketer of the Year. Em uma apresentação inspiradora, ele compartilhou cases da marca que reforçam a ideia de que o toque humano é essencial na era dos algoritmos.

“Uma lágrima para um algoritmo é só água e sal. Para o ser humano, é emoção pura”, afirmou Myhren, abrindo a fala com uma provocação poderosa sobre o futuro da criatividade.

Case: AirPods que mudaram vidas

Um dos momentos mais emocionantes foi o case pessoal de Myhren com seu pai de 88 anos. Durante uma viagem à Califórnia, ele esqueceu seus aparelhos auditivos de US$ 5 mil — e acabou descobrindo que os AirPods, aliados a uma nova função do iPhone, podiam cumprir o mesmo papel.

A repercussão da campanha foi enorme:

Segundo Myhren, nenhum algoritmo sugeriria investir quatro anos em transformar AirPods em dispositivos auditivos clínicos — e muito menos preveria que um comercial começando com som abafado se tornaria o mais assistido do ano.

Privacidade com impacto: Safari e os pássaros espiões

Outro case marcante foi a campanha sobre privacidade no Safari, em que pássaros-robôs invadem a intimidade de usuários, simbolizando como outros navegadores rastreiam a navegação online.

Cada pássaro foi construído e operado manualmente, reforçando a mensagem de que o cuidado artesanal e o olhar criativo humano são elementos que algoritmos ainda não conseguem replicar.

Por que importa?

Num momento em que o mercado inteiro corre para adotar IA, a Apple propõe o contrário: investir em emoção, humanidade e craft. Para a marca, o verdadeiro valor criativo não está nos dados — mas na capacidade humana de gerar significado.

“Conexão não se automatiza”, resumiu Tor Myhren.