Em meio a uma grande polêmica no Cannes Lions 2025, a agência DM9 teve seus principais cases removidos do festival após a confirmação de irregularidades. O escândalo no Cannes Lions envolve o cancelamento de prêmios conquistados pela DM9, motivado por suspeitas de manipulação de material e dados falsificados nos projetos apresentados ao júri. Essa decisão impactou significativamente o desempenho da agência e do Brasil na competição.
No site oficial do Cannes Lions, os três projetos da DM9 já foram retirados do catálogo de inscritos da edição 2025, evidenciando a gravidade da situação. Além do case “Economia Eficiente de Energia”, criado para a Consul e que havia conquistado um Grand Prix em Creative Data e um Bronze em Creative Commerce, a agência identificou inconsistências em dois outros trabalhos: “Plastic Blood”, para a Oka Biotech, e “Death Gold”, em parceria com a Urihi Associação Yanomami.
Em comunicado divulgado na sexta-feira, 27 de junho, a DM9 reconheceu que uma investigação interna identificou sérias inconsistências relacionadas à autenticidade dos projetos apresentados. A agência pediu desculpas públicas ao festival, aos jurados e à indústria da publicidade, reforçando seu compromisso com a ética e transparência.
Caso “Economia Eficiente de Energia” — Consul
O maior foco da controvérsia foi o projeto “Economia Eficiente de Energia”, cujo prêmio foi cancelado pelo Cannes Lions após a detecção de manipulações no material submetido ao júri. O videocase continha trechos editados de reportagens e palestras do TED Talks que distorciam os fatos para reforçar a repercussão da campanha. A crise levou ao desligamento do chief creative officer da DM9, Ícaro Doria, apontado como responsável. A Consul declarou que não compactua com manipulações e garantiu a adoção de medidas cabíveis.
Caso “Plastic Blood” — Oka Biotech
Outro projeto envolvido é o “Plastic Blood”, desenvolvido para a Oka Biotecnologia. A campanha alertava sobre a presença de microplásticos no sangue humano, alegando que a agência e a empresa haviam extraído partículas de mil bolsas de sangue para criar peças decorativas por meio de um processo de diálise. Até sua exclusão, essa campanha era o case brasileiro mais premiado no Cannes Lions 2025, com 3 Ouros, 3 Pratas e 2 Bronzes em diferentes categorias.
Caso “Death Gold” — Urihi Associação Yanomami
O terceiro case, “Death Gold”, denunciava os impactos da mineração ilegal sobre o povo Yanomami. Segundo a DM9, a campanha envolvia a gravação de 50 certidões de óbito reais de indígenas mortos por contaminação, violência e negligência decorrentes da mineração ilegal.